Línguas ameríndias: conhecer, documentar, descrever

MNA 863 - Estrutura das Línguas Indígenas Brasileiras

Bruna Franchetto e Rafael Nonato (Pós Doc PPGAS)


O curso se dirige a alunos de antropologia e de linguística interessados em conhecer as línguas indígenas ainda existentes em território brasileiro. Além de apresentar um panorama atualizado da situação dessas línguas (localização, número de falantes, grau de vitalidade), o curso tem como objetivo básico capacitar os alunos para que dominem as ferramentas metodológicas e descritivas necessárias para compreender os aspectos mais relevantes de línguas das principais famílias (Tupi-Guarani, Karib, Arawak, Jê e Pano), abordando fonética (transcrição), fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. O curso terá, em maio, a participação do linguista Sérgio Meira para um mini-curso (uma semana) sobre linguística histórica, bem como da doutoranda Lívia Camargo (Rutgers University) que, na segunda metade de junho, apresentará um perfil das línguas Pano.



Referências Básicas

Maia, Marcus. 2006. Manual de Lingüística: Subsídios Para a Formação de Professores Indígenas Da Área Da Linguagem. Brasília: Ministério da Educação.

Payne, Thomas. 2006. Exploring Language Structure: a Student’s Guide. Cambridge University Press.

Portais para pesquisa

Laboratório de Estudo de Política de Línguas Indígenas

Biblioteca Digital Curt Nimuendajú

Povos Indígenas no Brasil

Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas

1 Introdução: panorama das línguas indígenas

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 2)

Slides dessa sessão

Epps, Patience, e Andrés Pablo Salanova. 2012. “A Linguística Amazônica Hoje.Liames 12: 07–37.

Leite, Yonne, e Bruna Franchetto. 2006. “500 Anos de Línguas Indígenas No Brasil.” In Quinhentos Anos de História Lingüística Do Brasil., edited by Suzana Alice Marcelino Cardoso, Jacyra Andrade Mota, e Rosa Virgínia Mattos e Silva, 16–61. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia.

Moore, Denny, Ana Vilacy Galucio, e Nílson Gabas Jr. 2008. “O Desafio de Documentar e Preservar as Línguas Amazônicas.Scientific American (Brasil) 3: 36–43.

Nimuendajú, Curt. 1981 [1944]. Mapa etno-histórico do Brasil e regiões adjacentes. Rio de Janeiro: IBGE

2 Sons, ouvir e transcrever: vogais (Kĩsêdjê – Jê)

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 3) e às claras dessa semana

Slides dessa sessão (pra poder tocar os sons, abra com Adobe Reader)

Teclado online para digitar símbolos do IPA

Tabelas do IPA para clicar e escutar os sons

Hayes, Bruce. 2009. Introductory Phonology. Blackwell. §§ 1.1, 1.2, 1.3, 1.5.

Maia, Marcus. 2006. Manual de Lingüística: Subsídios Para a Formação de Professores Indígenas Da Área Da Linguagem. Brasília: Ministério da Educação. § 2.2.

Nonato, Rafael. 2013. Gramática de Kĩsêdjê. ProDoclin, Museu do Índio.

3 Sons, ouvir e transcrever: consoantes (Karajá – Macro-Jê & Kotiria - Tukano)

Slides dessa sessão (pra poder tocar os sons, abra com Adobe Reader)

Exercícios às claras dessa semana

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 4)

Hayes, Bruce. 2009. Introductory Phonology. Blackwell. §§ 1.4, 1.6, 1.7, 1.8.

Maia, Marcus. 2006. Manual de Lingüística: Subsídios Para a Formação de Professores Indígenas Da Área Da Linguagem. Brasília: Ministério da Educação. § 2.2.

Storto, Luciana, e Didier Demolin. 2012. “The Phonetics and Phonology of South American Languages.” In The Indigenous Languages of South America, edited by Lyle Campbell and Verónica Grondona, 331–390. De Gruyter Mouton.

Lino, Anacha. 2015. “Língua Quéchua: Sistema Vocálico e Consoantes Pós-velares.” Slides.

4 Fonologia: Processos fonológicos (Bororo – Macro-Jê)

Slides dessa sessão (pra poder tocar os sons, abra com Adobe Reader)

Exercícios às claras dessa semana

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 5)

Alves, Ana Carolina Ferreira. 2013. “Aspectos Do Sistema Fonológico de Arara (Karib).Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas 8 (2): 265–277.

Hayes, Bruce. 2009. Introductory Phonology. Blackwell. Cap. 2

Nonato, Rafael. 2008. “Fonética e Fonologia Da Palavra Em Bororo.” In Topicalizando Macro-Jê, edited by Stella Telles. Recife: Néctar.

Wetzels, Leo. 1997. “Bakairi and the Feature Voice.Boletim Da Associação Brasileira de Lingüística (20).

5 Morfologia Nominal: posse alienável e inalienável (Paresi – Arawak)

Slides dessa sessão

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 6)

Brandão, Ana Paula. 2014. “A Reference Grammar of Paresi-Haliti (Arawak).” PhD thesis, The University of Texas at Austin. § 4.3.

Dourado, Luciana Gonçalves. 2002. “A Expressão de Posse Em Panará.” In Línguas Indígenas Brasileiras: Fonologia, Gramática e História, Atas Do I Encontro Internacional Do Grupo de Trabalho Sobre Línguas Indígenas Da ANPOLL, edited by Ana Suelly Arruda Câmara Cabral and Aryon Dall’Igna Rodrigues, 1:98–103. Belém: EDUFPA.

Koehn, Sally Sharp. 1994. “The Use of Generic Terms in Apalai Genitive Constructions.Revista Latino Americana de Estudos Etnolinguisticos 8.

Seki, Lucy. 2000. Gramática Do Kamaiurá: Língua Tupi-Guarani Do Alto Xingu. Editora da Unicamp. § 2.1.1.

da Silva, Glauber Romling. 2014. “Nomes, Verbos e Posposições Em Paresi-Haliti: Uma Generalização Exocêntrica.VEREDAS 18 (1): 302–317.

6 Morfologia Nominal: caso ergativo (Kuikuro – Karib)

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 7)

Franchetto, Bruna. 2002. “Kuikuro: Uma Língua Ergativa No Ramo Meridional Da Família Karib (Alto Xingu).” In Ergatividade Na Amazônia I. Centre d’études Des Langues Indigènes d’Amérique (CNRS, IRD), Laboratório de Línguas Indígenas (Unb), edited by Francesc Queixalós, 15–44.

———. 2008. “Absolutivo e Ergativo Pensados a Partir Do Kuikuro.Amérindia (32): 37–56.

Franchetto, Bruna, Márcia D. Vieira, e Yonne Leite. “A Ergatividade Nas Línguas Indígenas Brasileiras: Um Estudo Morfossintático.” Ms.

Gildea, Spike, e Francisco Queixalós. 2010. Ergativity in Amazonia. Vol. 89. John Benjamins Publishing.

Raquel, Guirardello-Damian. 2002. “Classes Verbais e Mudanças de Valência Em Trumai.” In Ergatividade Na Amazônia II. Centre d’études Des Langues Indigènes d’Amérique (CNRS, IRD), Laboratório de Línguas Indígenas (Unb), edited by Francesc Queixalós, 33–44.

7 Morfologia Nominal: classificadores (Tukano - Tucano Oriental)

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 8)

Exercícios às claras dessa semana

Slides dessa sessão

Chacon, Thiago Costa. 2007. “O Sistema de Classificação Nominal Do Tukáno.Revista de Estudos e Pesquisas 4 (2): 147–197.

8 Estrutura argumental: classes de verbos intransitivos (Paresi – Arawak)

Exercícios no escuro para a próxima semana (sessão 9)

Brandão, Ana Paula. 2014. “A Reference Grammar of Paresi-Haliti (Arawak).” PhD thesis, The University of Texas at Austin. § 5.2.1.

Guirardello-Damian, Raquel. 2005. Fonologia, Classes de Palavras e Tipos de Predicado Em Trumai. Vol. 1. 2. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas.

Seki, Lucy. 2000. Gramática Do Kamaiurá: Língua Tupi-Guarani Do Alto Xingu. Editora da Unicamp. § 2.4.

da Silva, Glauber Romling. 2014. “Nomes, Verbos e Posposições Em Paresi-Haliti: Uma Generalização Exocêntrica.VEREDAS 18 (1): 302–317.

9 Estrutura funcional da oração - hierarquia de pessoa (Avá Guarani)

Slides dessa sessão (por Isabella Coutinho, Osmar Carlos da Silva, Leonor Valentino e Gustavo Godoy)

“Ai, se eu te pego” em Guarani Mbyá

Coutinho, Ana, e Gustavo Godoy. 2015. “A marcação hierárquica: Línguas do sub-ramo tupi-guarani (ramo maweti-guarani, família tupi)” Manuscrito.

Duarte, Fábio Bonfim. 2007. Estudos de Morfossintaxe Tenetehára. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG.

Franchetto, Bruna. 1987a. “Person Markers, Ergativity and Nominativity in Carib Languages.” Working Conference on Amazonian Languages, Eugene, 20/08/87.

———. 1987b. “Hierarquia Referencial E Ergatividade Em Línguas Karibe.” II Encontro Nacional da ANPOLL. Rio de Janeiro, 26--29 de maio de 1987.

———. 1987c. “Hierarquia Referencial E Ergatividade Em Línguas Karibe (Quadros).” II Encontro Nacional da ANPOLL. Rio de Janeiro, 26--29 de maio de 1987.

Freitas, Maria Luisa de Andrade. 2011. “Hierarquia de Pessoa Em Avá Guarani: Considerações a Partir Da Morfologia Distribuída.” Master’s thesis, Unicamp.

Coutinho, Isabella, Osmar Carlos da Silva, Leonor Valentino e Gustavo Godoy. 2015. “Hierarquia nas Línguas Karib do Norte.” Manuscrito.

Monserrat, Ruth, e Marília Facó Soares. 1983. “Hierarquia Referencial Em Línguas Tupi.Cadernos de Linguística e Teoria Da Literatura (9): 164–187.

Rodrigues, Aryon D. 1990. “You and I = Neither You nor I: the Personal System of Tupinamba.” In Amazonian Linguistics: Studies in Lowland South American Languages, edited by Doris L. Payne. Austin: University of Texas Press.

10 Estrutura funcional da oração - evidenciais (Kotiria – Tucano Oriental)

Slides dessa sessão (por Anita Lino)

Canto de María Sabina

Slides dessa sessão (por Anita Lino)

Aikhenvald, Alexandra. 2003. “Evidentiality in Typological Perspective.” In Studies in Evidentiality, edited by Alexandra Y Aikhenvald and Robert M Dixon, 54:1–32. John Benjamins Publishing.

Stenzel, Kristine. 2008. “Evidenciais Em Kotiria (Tukano Oriental).” Slides.

———. 2009. “Algumas ‘Jóias’ Tipológicas de Kotiria (Wanano).ReVEL, Edição Especial (3): 1–35.

11 Estrutura funcional da oração - interrogativas

Slides dessa sessão

Slides sobre interrogativas em esperanto

Fians, Guilherme. 2015. “Interrogativas no esperanto”. Manuscrito.

Maia, Marcus, Andrés Pablo Salanova, e Elder José Lanes. 2000. “La Sintaxis de Las Interrogativas En Karajá, Kayapó Y Manxineri.” In Indigenous Languages of Lowland South America, edited by Hein van der Voort and Simon van de Kerke, 297–307. Leiden: Research School of Asian, African,; Amerindian Studies.

12 Sentenças complexas: switch-reference (Jê do Norte)

Slides dessa sessão

Alves, Flávia de Castro. 2004. “O Timbira Falado Pelos Canela Apãniekrá: Uma Contribuição Aos Estudos Da Morfossintaxe de Uma Língua Jê.” PhD thesis, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. § 5.3.

Dooley, Robert A. 2010a. “Exploring Clause Chaining.SIL Electronic Working Papers 1.

———. 2010b. “Foreground and Background in Mbyá Guaraní Clause Chaining.” In A Mosaic of Languages and Cultures: Studies Celebrating the Career of Karl J. Franklin. SIL E-Books 19.

Jacobsen, William. 1967. “Switch-Reference in Hokan-Coahuiltec.” In Studies in Southwestern Ethnolinguistics, edited by Dell H. Hymes and William E. Bittle. Mouton, The Hague.

Oliveira, Christiane Cunha de. 2005. “The Language of the Apinajé People of Central Brazil.” PhD thesis, University of Oregon.

Popjes, Jack, e Jo Popjes. 1986. “Canela-Krahô.” In Handbook of Amazonian Languages, edited by Desmond C. Derbyshire and Geoffrey K. Pullum. Vol. 1. New York/Berlin: Mouton de Gruyter.

Waller, Helen. 1974. “The Conjunction Nhũm in Apinayé Narrative.”.

Wiesemann, Ursula. 1986. “The Pronoun Systems of Some Jê and Macro-Jê Languages.” Edited by Ursula Wiesemann. Pronominal Systems: 359–380.

Jornada Pano (sessões 13 e 14)

Slides sobre marcadores de evidencialidade e epistêmicos em marubo (pano)

Slides das sessões 13 e 14

13 Estrutura argumental: aplicativos (Yawanawa – Pano)

Ferreira, Rogério Vicente. 2005. “Língua Matis (Pano): Uma Descrição Gramatical.” PhD thesis, Unicamp. § 6.4.7.

Stenzel, Kristine. 2014. “Estrutura Argumental Em Duas Línguas Da Família Tukano Oriental: Kotiria (Wanano) e Wa’ikhana (Piratapuyo).” In Sintaxe e Semântica Do Verbo Em Línguas Indígenas Do Brasil, edited by Luciana Storto, Bruna Franchetto, e Suzi Lima.

Valenzuela, Pilar M. 2010. “Applicative Constructions in Shipibo-Konibo (Panoan).International Journal of American Linguistics 76 (1): 101–144.

14 Cisão de caso (Yawanawa – Pano)

Camargo, Eliane. 2005. “Manifestações Da Ergatividade Em Caxinauá (Pano).LIAMES – Línguas Indígenas Americanas (5): 55–86.

Costa, Raquel. 2002. “Ergatividade Cindida Em Marubo (Pano).” In Línguas Indígenas Brasileiras: Fonologia, Gramática e História, Atas Do I Encontro Internacional Do Grupo de Trabalho Sobre Línguas Indígenas Da ANPOLL, edited by Ana Suelly Arruda Câmara Cabral and Aryon Dall’Igna Rodrigues, 1:89–101. Belém: EDUFPA.

Dorigo, Carmen. 2002. “Ergatividade Cindida Em Matsés (Pano).” In Línguas Indígenas Brasileiras: Fonologia, Gramática e História, Atas Do I Encontro Internacional Do Grupo de Trabalho Sobre Línguas Indígenas Da ANPOLL, edited by Ana Suelly Arruda Câmara Cabral and Aryon Dall’Igna Rodrigues, 1:102–111. Belém: EDUFPA.

Souza, Livia C. 2013. “Fonologia, Morfologia e Sintaxe Das Expressões Nominais Em Yawanawá (Pano).” Master’s thesis, UFRJ.

15 Nominalização e caso (Mebengokre – Jê)

Slides sobre nominalização em mapudungun (araucaniana)

Slides dessa sessão

Salanova, Andrés Pablo. 2008. “Uma Análise Unificada Das Construções Ergativas Em Mebengokre.Amérindia (32): 109–134.

Santos, Mara, e Bruna Franchetto. 2014. “Nominalização Dos Argumentos Interno e Externo Em Kuikuro.” In Sintaxe e Semântica Do Verbo Em Línguas Indígenas Do Brasil, edited by Luciana Storto, Bruna Franchetto, e Suzi Lima.

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